Um estudo do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos divulgado nesta quinta-feira (7) revela que a dependência a cafeína está mais vinculada ao fígado e à capacidade do órgão para processar a substância que ao efeito que o consumo da substância provoca no cérebro. y5v1y
Os autores da pesquisa, publicada na revista “Public Library of Science”, encontraram variantes dos dois genes que intervêm na decomposição da cafeína no fígado, e que são determinantes no momento de fazer com que uma pessoa seja mais propensa ou não a tomar café.
O estudo minimiza a importância do efeito da cafeína no cérebro, o que até agora se considerava um fator decisivo na dependência, e aponta que a quantidade da substância consumida pelas pessoas é determinada por sua maior ou menor tolerância a seu componente ativo.
Tanto o fígado quanto o cérebro influenciam no consumo, mas o pesquisador Neil Caporaso, um dos participantes do trabalho, afirma: “Talvez as pessoas pensem que tomam cafeína para se sentirem bem ou para não se sentirem mal, mas a verdade é que o nível de consumo é determinado pela rapidez com que o fígado decompõe a cafeína.”
“Se seu fígado a decompõe muito rápido, você provavelmente beberá mais café”, acrescentou.
De acordo com o Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura, o consumo de café nos EUA atingiu o auge em 1946, com cerca de 170 litros por pessoa, e diminuiu gradualmente até chegar a cerca de 95 litros em 2005.
Mas essa diminuição foi acompanhada por um aumento no consumo de bebidas gaseificadas, muitas das quais têm cafeína: de 41 litros por pessoa em 1947, ou para 195 litros em 2005.
Consumida com moderação, a cafeína pode combater a diminuição cognitiva, por cansaço, doença ou envelhecimento, mas se tomada em excesso, também pode prejudicar a função cognitiva, interferir no sono e causar alucinações. (Fonte: Folha.com)