Leilão de carbono e aviões podem financiar fundo climático bilionário 5cg32

Na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas de 2009 (COP 15), em Copenhague, ficou acertado que países desenvolvidos criariam um fundo climático de US$ 100 bilhões ao ano a partir de 2020 para ajudar as nações em desenvolvimento a reduzirem suas emissões de gases-estufa e para que elas pudessem se adaptar às mudanças climáticas. p6e1h

Desde então, no entanto, não se definiu de onde sairia esse montante, o que constitui uma importante negociação na edição deste ano da conferência, a COP 16, que acontece até sexta-feira (10) em Cancún, no México. O primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg, que dividiu com o etíope Meles Zenawi a função de liderar essa discussão na ONU, disse nesta quarta-feira (8), que acredita ser “factível” chegar aos US$ 100 bilhões anuais estipulados e detalhou de onde poderá vir o dinheiro.

O mais importante, segundo ele, é que as emissões de carbono tenham um preço – ou seja, quem emite gás-estufa deve pagar por isso. Esse mecanismo tem dupla vantagem segundo o primeiro-ministro, pois estimula quem emite carbono a cortar suas emissões para economizar dinheiro, ao mesmo tempo em que permite arrecadar fundos.

Uma das três principais formas de captação em discussão citadas por Stoltenberg são os leilões ou a venda de autorizações para emissões de carbono, que, segundo ele, poderiam levantar US$ 30 bilhões por ano. A taxação das emissões do transporte aéreo poderia gerar outros US$ 10 bilhões, enquanto a realocação de subsídios aos combustíveis fósseis em países desenvolvidos poderia conseguir outros US$ 10 bilhões. Nenhum destes mecanismos está definido ainda.

Falando a jornalistas, Stoltenberg mais uma vez reafirmou a simpatia norueguesa por uma redução de emissões de carbono através da conservação de florestas. “A contenção do desmatamento é o modo como podemos ter os maiores, mais rápidos e mais baratos cortes nas emissões “, disse Stoltenberg. A Noruega é a maior contribuinte do Fundo Amazônia, ao qual se comprometeu a doar US$ 1 bilhão até 2015. (Fonte: Dennis Barbosa/ G1)